No judaísmo, o calendário é próprio, regido pela lua. Na umbanda, os rituais têm seu protocolo que incluem orações e danças. Já o espiritismo é regido por três pilares: científico, filosófico e religioso. Essas e outras particularidades das religiões foram abordadas por diferentes lideranças no IV Religiões em Busca da Paz,  evento que ocorreu na manhã desta terça-feira no Colégio Anchieta a fim de promover o diálogo inter-religioso com os alunos do 9º Ano.

Durante toda a manhã, os representantes das religiões participantes conversaram com os alunos, deslocando-se entre uma turma e outra a fim de apresentar aspectos importantes de cada uma, oferecendo ainda um espaço para perguntas dos alunos. As lideranças que participaram da atividade hoje fazem parte do Grupo de Diálogo Inter-religioso de Porto Alegre, fundado há 25 anos para tratar da importância da convivência, da tolerância e do respeito entre todas as religiões.

Após as conversas em sala de aula, o fechamento da atividade ocorreu no Auditório 1. O Rabino Guershon Kwasniewski, da SIBRA (Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência), representante do Judaísmo e atual coordenador do Grupo de Diálogo Inter-religioso, ressaltou a importância do espaço oferecido pelo Anchieta para tratar do tema. O representante da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Gabriel Salum, destacou a oportunidade de formação humana que o Colégio está proporcionando para os alunos com essa atividade, que se propõe a acolher as diferenças. “Nunca deixem de acolher a riqueza do coração ao lado pela diferença”, recomendou.

O monge Monge Yakusan, do Zen Budismo, elogiou a acolhida dos alunos e propagou uma mensagem de amor, destacando que as práticas de cada um devem beneficiar todos os seres. A representante da Umbanda Nelise, do Centro Africano Xangô Agodô, também elogiou a acolhida e as perguntas dos alunos. “Estamos aqui para fazer o bem, ajudar o próximo e cabe a nós respeitarmos todas as religiões”, salientou.

O Pe. Leo Hastenteufel, da Igreja Católica Apostólica Romana, acrescentou que a humanidade deve crescer espiritualmente, com indivíduos mais humanos, mais fraternos, mais felizes. “As religiões são os caminhos que nos fazem ser mais irmãos e que nessa árvore frondosa das religiões, todas possam se abrigar”, desejou. Para o Dr. Ahmad Ali, Diretor do Centro Cultural Islâmico, é preciso respeitar todas as crenças, aprendendo a conviver com o outro. “Conflitos sempre existirão, mas devemos superar isso com muito trabalho e muito diálogo”, assegurou.