Os meses de preparação para o Magis Anchieta – Inspirando o Viver valeram a pena. Ontem à noite, no Teatro Unisinos, a plateia pode assistir a um grande evento, organizado por um grupo de pais engajados em compartilhar ideias inspiradoras. Para o Diretor Geral do Colégio Anchieta, Pe. João Claudio Rhoden, o projeto foi uma grande oportunidade para fortalecimento de vínculos e para motivar as pessoas a refletirem sobre suas próprias vidas. “É um espaço formativo e uma oportunidade para estreitar vínculos, buscando em experiências novas formas para inspirar o bem viver”, frisou.

A primeira speaker a subir no palco foi Bettina Becker para contar a origem do projeto Voluntárias pela Vida. O grupo é formado por mulheres que tomaram uma atitude para ajudar a UTI pediátrica do Hospital da Criança Santo Antônio, da Santa Casa de Porto Alegre, em 2014. Para isso, elas organizaram eventos e contaram com o apoio de muitas empresas para arrecadar os recursos necessários. Elas também foram responsáveis por conseguir uma casa para famílias que vêm do interior para ficar com os filhos no hospital. Até outubro, mais um projeto deve ser entregue: reforma e ampliação das salas de cirurgia e UTI neurológica do Hospital São José, também da Santa Casa. “Dá para fazer, tem que se esforçar um pouquinho e escolher uma boa instituição. Juntos somos mais fortes e temos que tentar fazer algo para ajudar!”, motivou.

Klaus Bohne foi o segundo speaker e trouxe o tema “Com o sol no coração”. Contextualizando a história familiar, Klaus contou sobre sua relação com a espiritualidade durante a vida e como mudou sua visão com o passar dos anos. Aproximando-se da religião católica por meio de amigos e das experiências junto à APM do Colégio Anchieta, Klaus acredita que encontrou “o seu sol”. “Depois dessa experiência toda, sou mais tolerante, mais solidário, como se colocasse um sol no coração. Eu encontrei esse sol e espero que todos encontrem o seu, mas não deixem de passar filtro solar”, aconselhou.

“Fui demitido. E agora?” foi o tema da terceira palestra, apresentada por Claudio Peña. A partir dessa experiência, Claudio contou como foi difícil retornar ao mercado de trabalho, travando também batalhas pessoais ao perder a esposa. “Não foi fácil, lutei muito, mas consegui dar a volta por cima. Fui obrigado a superar-me”, expressou. Foi através do esporte que ele fez contatos com amigos e retomou sua vida profissional, com uma nova oportunidade, que hoje é compartilhada com os filhos, que trabalham com ele. “Nada é eterno e toda essa experiência me fez chegar onde estou hoje junto com meus filhos”, destacou.

O quarto speaker saiu do sedentarismo direto para o Ironman, o maior circuito de triathlon do mundo. Franck Rebello resolveu mudar quando uma situação do seu trabalho como cinegrafista revelou um alerta em relação a sua saúde. Ele tinha 34 anos, 135kg, trabalhava demais e os riscos de um infarto eram iminentes. “Resolvi mudar, procurei uma nutricionista, abri mão das horas extras no trabalho para poder me exercitar. Eu não queria só emagrecer, queria ser atleta, queria fazer o Ironman”, contou. Ele emagreceu, aprendeu a nadar, treinou muito e já conseguiu participar da competição, atingindo seus objetivos. “A vida não vai ficar mais fácil. Cabe a você ficar mais forte!”, aconselhou.

Liane Dias trouxe uma reflexão sobre a consciência ambiental a partir da sua experiência como profissional de pesquisa e desenvolvimento de produtos na área estética. A partir de uma mudança de paradigma, Liane abriu mão desse trabalho e começou a desenvolver junto com outros profissionais uma empresa multidisciplinar cujo propósito é a verticalização de fazendas urbanas, aproveitando locais ociosos para cultivo e rentabilizando a produção. “Queremos trabalhar de uma forma saudável, não exploratória. Precisamos de muito mais consciência e por isso pergunto: o que vocês estão fazendo de diferente para que essa mudança aconteça?”, questionou.

No intervalo das palestras, as alunas Laura e Luiza Mencke, junto com seu pai Cassiano, fizeram uma apresentação a voz e violão que encantou o público, deixando uma mensagem positiva, de amor e de esperança.

O “Pai Mala” foi o sexto speaker a subir no palco. Alberto Bigatti contou sobre sua experiência com a paternidade e como ser pai preencheu as lacunas deixadas pela própria infância marcada pelas situações vividas em relação a sua deficiência física. “Um cara sem uma mão tem inúmeras limitações que ele próprio se impõe quando ele acredita no que dizem para ele”, contou. Alberto criou um blog falando sobre paternidade, dividindo suas experiências do dia a dia. Ele ainda convidou o público a olhar para suas falhas internas, seus vazios de amor e de afeto. “De que forma essas falhas estão atrapalhando a conexão do seu coração com o do seu filho?”, questionou.

 

Rafael Giguer tem uma trajetória de vida marcada pela positividade. Deficiente visual por um problema na retina, o speaker contou que a forma da família lidar com essa condição fez toda a diferença para ele. “A minha deficiência visual era só mais uma característica e eu tinha que me adaptar para passar pelos obstáculos”, explicou. Rafael formou-se engenheiro de segurança do trabalho e hoje é auditor fiscal do trabalho, conquistas que contaram com sua determinação. “Quantas vezes fechamos as cortinas impondo verdades que não são reais? Aceitem que vocês podem muito mais do que acreditam”, foi a mensagem que deixou ao público.

Dr. Emílio Moriguchi foi o penúltimo a subir ao palco para falar sobre o segredo da longevidade. Segundo estudos realizados na área, além das questões genéticas e da saúde do indivíduo, outro aspecto é importante para se viver mais e melhor: as relações cultivadas ao longo da vida. “O estilo de vida comunitário é um fator qualitativo para a longevidade. Segundo pesquisas de Harvard, o mais importante é com quem convivemos”, explicou. O médico ainda listou algumas práticas que podem auxiliar para viver bem: manter uma boa convivência com família e amigos, comer com sabedoria, viver com alegria e viver a espiritualidade, e movimentar-se.

Escrever cartas de amor é a profissão da Thais Zanchettin, última speaker da noite. Thais ajudou muitas famílias a se reconectarem a partir dos textos que ajudou a escrever. “Vivemos em uma era de anestesia afetiva e por isso criei um projeto que ajuda as pessoas a escreverem cartas de amor. A escrita é capaz de materializar sentimentos e emoções e é um grande exercício de consciência”, explicou.

 

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