Na manhã desta quarta-feira (28), estudantes do 9º Ano do Ensino Fundamental II tiveram uma aula sobre religiosidade de Matriz Africana. O convidado Pai Tito de Xangô iniciou a conversa abordando o tema da escravidão e a chegada dos negros ao Brasil e ao Rio Grande do Sul.

Conforme o professor Gustavo da Costa, o objetivo da atividade é aprofundar os conhecimentos dos alunos a respeito de religiosidade e cultura brasileira, com destaque à religiosidade afro presente no RS. “Um dos apelos, tanto do Papa Francisco quanto do PEC (Projeto Educativo Comum da Rede Jesuíta de Educação Básica), é olharmos com carinho para o tema do diálogo inter-religioso”, explica o professor.

A uma plateia atenta que ocupava as cadeiras do Cineminha do Colégio, o Babalorixá fez um resumo histórico sobre como a Religiosidade de Matriz Africana passou a ser praticada no Brasil e sobre as dificuldades enfrentadas devido ao preconceito e à forte repreensão no passado. “O samba nasceu como uma forma de burlar a polícia. Na época, as terreiras eram proibidas de existir. Quando a polícia chegava e os negros estavam cantando músicas para os orixás, passavam a cantar samba até a polícia ir embora”, explica Tito de Xangô, que também é professor de Física.

O Babalorixá ressalta que ainda hoje a religião sofre preconceitos e certa repressão por parte da sociedade. “Eventualmente ainda alguns policiais recebem denúncias de vizinhos e vão até nosso terreiro, mas estamos amparados pela Constituição Federal, que nos permite praticar nosso culto”, completou Pai Tito.

A atividade faz parte da disciplina de Ensino Religioso, ministrada pelo professor Gustavo da Costa, em parceria com o Serviço de Orientação Religiosa, Espiritual e de Pastoral (SOREP).