Uma manhã marcada por novos conhecimentos e muita emoção. Assim foi o segundo dia do Magis Inovação Anchieta, evento organizado pelos alunos do 9º Ano, com o apoio dos alunos da 1ª e 2ª Série do Ensino Médio e orientação do professor Silvio Almeida Junior.

A primeira speaker a se apresentar foi Gisele Hedler, que trouxe sua experiência de vida, que segundo ela, foi uma sucessão de fracassos. Depois de parar de estudar no 6º Ano, aos 12 anos, aos 16 sair de casa, e aos 19 ficar grávida, além de casamentos malsucedidos, uma pergunta direcionada a ela fez toda a diferença para a mudança que viria: qual é o teu propósito de vida? A partir disso, a transformação começou a ocorrer e ela entendeu que fracassar fazia parte da vida para poder chegar onde queria.

O engenheiro químico Alexandre Ramos trouxe o tema Inteligência Cultural. Segundo ele, todo mundo será exposto a um ambiente ou a uma situação que nunca vivenciou, e para isso precisa estar preparado para poder se adaptar. Para exemplificar, Alexandre contou sua experiência ao morar nos Estados Unidos e como se preparou para isso, pesquisando e lendo sobre o novo país. “E não estou falando só de viagens, vocês serão expostos a outras culturas mesmo se trocarem de escolar, de universidade ou igreja”, completou.

A dependência do celular e das redes sociais foi o tema abordado por Laura Antonioli e Fabrício. Os amigos contaram como esse problema da atualidade afetou suas vidas, mudando hábitos e criando ansiedades, até que resolveram deixar de lado um pouco a tela para viver mais com os amigos e familiares, dando-se conta de como as relações com essas pessoas se aprofundaram. “Não podemos mais ser reféns de uma tela retangular”, frisou ele.

Um coletivo de pessoas inquietas que dividem entre si a crença de que a economia criativa pode transformar Porto Alegre positivamente. Essa é a definição de Cesar Paz para o movimento Porto Alegre Inquieta, uma iniciativa que visa à transformação local a partir do fomento e articulação das expressões de economia criativa da cidade. Os grupos são organizados via WhatsApp por temáticas, também conhecidos como spins, que são debatidas em rodas de conversa. A ideia é possibilitar uma plataforma habilitadora de projetos. Hoje já são 2.000 “inquietos”, que participaram de 200 rodas de conversa sobre 23 projetos.

A aluna Danielle Jaeger falou sobre como muitas pessoas escondem suas tristezas por trás das “máscaras de felicidade”. “Muitas vezes tentamos ser outra pessoa apenas para agradar aos outros, baseando nossa autoestima nos likes que recebemos no Instagram”, afirma. Segundo ela, quando a pessoa se dá conta de que as máscaras não funcionam, é doloroso, mas necessário para viver plenamente.

A atriz Genifer Gerhardt formou-se em Teatro na Universidade Federal da Bahia e decidiu voltar para o RS. A trajetória até conseguir seu objetivo foi árdua, mas povoada de lindas histórias de pessoas muito simples que a acolheram pelo caminho. Para conseguir o dinheiro da viagem, passou a apresentar-se em pequenos povoados, conhecendo muitas pessoas. Depois de realizar seus sonhos comprando um motorhome para viajar e ter seu primeiro filho, a artista achou que deveria contar as histórias dessas pessoas e criou o espetáculo “Brasil Pequeno Itinerante”.

Dois alunos da UFRGS falaram sobre biologia sintética e sobre seu projeto, GlyFloat, fazer parte do iGem, competição da área promovida pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). O tema também foi explorado no primeiro dia do Magis.

Beto Bigatti, o “Pai Mala”, fechou a manhã com muita emoção. O publicitário contou como sua deficiência marcou sua infância até a vida adulta e como a paternidade lhe trouxe outra visão sobre si mesmo. “Eu estou aqui hoje porque entendi que sou completo pelo afeto e pela empatia”, ressaltou. Beto mantém um blog falando sobre paternidade e inclusão.

A atração cultural do segundo dia do Magis Anchieta Inovação ficou por conta da banda de Bruno Bauer, Leonardo Casagrande, Antônio Nader e Pedro Nogueira.