Evento integra o projeto Rede de Pais e reúne especialistas para abordar temas como limites, emoções e uso de telas na infância e adolescência
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 10% e 20% dos adolescentes apresentam alguma questão de saúde mental, como problemas psicológicos ou psiquiátricos. Mudanças biológicas, busca por autonomia, descoberta da identidade sexual e maior acesso e uso de tecnologias são alguns dos gatilhos mais comuns nessa fase da vida.
Esse cenário foi o ponto de partida da palestra “Entre conflitos e conexões: pais e filhos e a adolescência contemporânea”, realizada nesta quinta-feira (7) no Colégio Anchieta, em Porto Alegre. O encontro, voltado a familiares de alunos do Ensino Médio e do 9º ano do Ensino Fundamental, foi conduzido pela psicóloga e psicoterapeuta Ana Paula Schmidt Lourenço.
A especialista explicou que a adolescência é um período de “diferenciação”, no qual o jovem testa diferentes versões de si até descobrir quem é. Além das mudanças físicas e hormonais, há desafios psicológicos e sociais – e também um “luto pela infância”, caracterizado pela perda da dependência, da inocência e da proximidade com os pais.
A psicóloga destacou que a comunicação entre pais e filhos é essencial nesse processo e influencia o vínculo familiar, o desenvolvimento emocional e social e a prevenção de conflitos. “Quanto mais aberta a comunicação, mais coerente e bidirecional ela é. É importante que a conversa seja igualitária, mas preservando hierarquias e responsabilidades”, ressaltou a especialista, que também abordou teorias do apego, do desenvolvimento psicossocial e o treinamento de habilidades parentais.
Rede de Pais reúne famílias em quatro encontros
O evento fez parte de mais uma edição do ciclo de palestras do projeto Rede de Pais, criado em 2006 para aproximar famílias e escola e fortalecer o papel parental na formação integral dos estudantes, em consonância com os princípios da pedagogia inaciana, que norteia a proposta pedagógica do Colégio Anchieta. As atividades foram organizadas por faixa etária e definidas a partir de consulta às famílias:
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Educação Infantil – “Educar também é ensinar a esperar: o papel do limite na infância”, com a psicóloga Rafaela Behs Jarros Missel.
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1º ao 5º ano do Ensino Fundamental – “Telas na rotina infantil: uma análise dos impactos no desenvolvimento”, com a psicóloga Luciana Tisser.
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6º ao 8º ano do Ensino Fundamental – “Equilíbrio que transforma: regulando emoções, limites e autonomia”, com a psiquiatra Fernanda Valle Krieger.
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9º ano e Ensino Médio – “Entre conflitos e conexões: pais e filhos e adolescência contemporânea”, com a psicóloga Ana Paula Schmidt Lourenço.