Professoras da Educação Infantil do Colégio Anchieta compartilham relatos sobre o trabalho realizado durante as aulas síncronas e na adaptação do retorno controlado presencial
Atividade sobre “o que é amor?”
O dicionário explica a palavra “acolhimento” como o lugar onde se encontra amparo e proteção. É um refúgio, um abrigo. Pois foi nesse ambiente que as crianças da Educação Infantil do Colégio Anchieta encontraram o apoio necessário para atravessar os meses de isolamento social com as aulas síncronas, devido à pandemia. As atividades presenciais foram retomadas por alguns alunos do Infantil A, B e C, há poucos dias. Ainda por meio das telas, ou no ambiente escolar — modificado pelos protocolos sanitários e pela nova etiqueta respiratória —, a dimensão socioemocional tem sido fundamental para garantir as ferramentas necessárias para os pequenos lidarem com as emoções.
Atividades do Infantil C
“Quando iniciamos as aulas síncronas, vimos que não bastava ter atividades. Precisamos ouvir as crianças, acolher. Tinham sempre muito a nos contar. Construímos pontes lindas de vínculos, mesmo sem o contato físico. Percebemos as crianças através das telas e elas estão extremamente felizes”, lembra a professora Tairine Matzenbacher.
Cuidados no retorno presencial
Em relação ao percurso metodológico, que foi adaptado de acordo com as necessidades das crianças, a professora Jakeline Machado Magalhães recorda o protagonismo dos alunos. “Na perspectiva da escuta, ouvimos o que estava bom e o que poderia mudar. Essas informações foram revertidas em atividades de aula. Não fizemos pelas crianças, mas com as crianças. Construindo juntos. Fizemos um trabalho muito bonito. Não há como não se emocionar”, revela Jakeline.
A professora Helen Cestaria Brum observa que a parte emocional mereceu ainda mais cuidado, pois tudo mudou de uma hora pra outra. Já a professora Renata da Silva Marques destaca que, ao pensar nas estratégias, foi preciso considerar o contexto. “Nós estávamos sensibilizados. Precisamos entender o nosso papel para pensar em como deixar as crianças tranquilas.”
Balões da Calma
Histórias ajudaram os pequenos a pensar em como as personagens se sentiam diante de determinadas situações. O quebra-cabeças das emoções, o balão da calma, o pote da coragem e outros recursos foram usados como apoio. “Eles criaram o seu balão para os momentos em que a raiva estava presente. Relataram que buscavam o balão da calma e foram se acalmando. Eles nos dão respostas que vemos que nosso trabalho está dando certo”, observa a professora Gabriela Derlam Santos.
Outro recurso importante foi o audiovisual. Por meio de um vídeo, foram trabalhados sentimentos que as crianças não conseguem identificar. “Contamos que a raiva, por exemplo, vem pequena, como uma cosquinha, e vai crescendo. Nós também sentimos raiva. E tudo bem em sentir”, explica a professora Lilian Wotter Santos.
Jogo das Emoções – Cachinhos Dourados
A orientadora educacional da Educação Infantil do Colégio Anchieta, Rosanita Moschini Vargas, conta que, por meio de entrevistas com as famílias, é possível perceber os efeitos positivos do trabalho com as crianças. “Vemos o reconhecimento do trabalho das professoras, algo que nos dá ainda maior potência para permanecermos ativas na dimensão socioemocional. Vivemos um período inédito, mas há a nossa essência, o nosso jeito de fazer as coisas, isso ninguém nos tira, nem a pandemia”, finaliza Rosanita.