*Rosanita Moschini Vargas
Orientadora Educacional da Educação Infantil

Na Educação Infantil do Colégio Anchieta, acreditamos que a infância é um tempo de encantamento. As crianças são mestres em essência e nos ensinam, dentre tantas coisas, a vermos como se fosse pela primeira vez! Nós, adultos, já estamos tão acostumados a dar conta de tantas demandas que, vez ou outra, esquecemos a importância de sentir e de viver o tempo.

A adaptação na Educação Infantil é um tempo de acolhimento. Inicia-se muito antes da chegada à escola. Começa quando falamos sobre a escola com a criança, quando perguntamos a ela “Qual o nome da tua nova escola?” e sugerimos que conte para os familiares e amigos. Ainda ocorre quando, em um passeio, passamos em frente à escola e mostramos onde irá fazer novos amigos, explorar novos espaços, brincar, descobrir e viver novas possibilidades!

E tudo é muito novo e, por ser novo, é desafiador! Precisa de muita coragem! Dos grandes e dos pequenos, pois a adaptação é, também, tempo de inauguração. Para que a adaptação da criança pequena seja favorecida, é necessário compreender que ela é processual e vincular.

Por ser processual, exige tempo, paciência e investimento dos adultos que estão como apoio para a criança. Por ser vincular, faz-se necessário espaço, encorajamento e confiança de todos os envolvidos para que o novo ambiente se torne seguro e para que os adultos e, principalmente, as crianças, possam construir um novo tempo, de encontro!

Para isso, é importante que estejamos atentos a algumas combinações:

  • É importante iniciar o processo de planejamento sobre o primeiro dia de aula com alguns dias de antecedência, adiantando para a criança como será a rotina do dia a dia, sem excessos. Isso favorecerá o encorajamento da criança, mesmo que pequena. Demonstrará ainda que os pais se importam com ela e que a respeitam, portanto sem pressão!

  • Estar disponível no colégio nos primeiros dias ou enquanto for necessário é fundamental. Isso proporcionará o sentimento de apoio para a criança, ou seja, ela não estará passando sozinha pelo período de adaptação.

  • Manter a perspectiva do “Até logo!” favorecerá o entendimento de que, logo mais, vocês se encontrarão novamente. Se vocês se encontrarão “logo mais”, nada de atrasos! Ter esse cuidado é muito importante para o senso de segurança dela.

  • Afetividade, gentileza e firmeza – quando o choro aparecer, o melhor é acolher e reforçar que a ida para o Anchieta é importante e que se acredita que a criança conseguirá superar. Não se deve esquecer o quanto ela precisará muito de colo e da paciência de vocês. Lembrem-se de que momentos de separação nunca são fáceis!

  • É possível que as primeiras semanas de adaptação deixem a criança mais sensível – Sentimentos de insegurança, medo, frustração, irritação fazem parte e, muitas vezes, são traduzidos pelo choro. Mesmo sendo difícil ver tudo isso acontecer, pensem que aprender a lidar com as emoções é uma etapa importante no desenvolvimento. Blindar a criança disso só a deixará frágil.

  • Confiança – o período de adaptação é um processo. É importante que, durante esse tempo, a criança vá se acostumando a ficar longe da família. Para isso, é fundamental que a criança se sinta segura e perceba que está diante de pessoas dignas de sua confiança. Mentir ou sair de fininho pode dificultar o processo. Se combinarem que estarão no momento de saída à espera da criança, façam exatamente isso!

Contamos com vocês para que, juntos, possamos criar memórias afetivas, acolhedoras e seguras para as crianças!