Alunos oriundos do México, Chile, Colômbia e Espanha compartilham vivências e aprendizados em Porto Alegre, fortalecendo os laços entre escolas jesuítas

Uma troca de culturas e de enriquecimento humano para todos os envolvidos: assim será o próximo mês no Colégio Anchieta, em Porto Alegre, que recebe estudantes do México, do Chile, da Colômbia e da Espanha por meio do seu Programa de Internacionalização. Os estudantes chegaram à capital gaúcha entre os dias 10 e 14 de outubro e ficarão na cidade por períodos de 15 a 30 dias, acolhidos por famílias de anchietanos, em uma experiência de convivência, aprendizado e integração que ultrapassa os limites da sala de aula e fortalece os laços entre as comunidades jesuítas ao redor do mundo.

Assim que chegaram, os estudantes estrangeiros passaram por um momento de acolhida no Colégio Anchieta, com uma apresentação feita pelos alunos sobre o Brasil, o Rio Grande do Sul e Porto Alegre. Após um momento de confraternização, eles realizaram um tour pelo campus, conhecendo diferentes setores da instituição. Durante o período na capital gaúcha, serão inseridos em todas as atividades escolares. O projeto faz parte de uma iniciativa da rede jesuíta que, diante do crescimento da mentalidade de cidadania global nos últimos anos, vem estimulando o intercâmbio. No Brasil, todas as 14 unidades da rede trabalham a internacionalização.

“Para nós, o intercâmbio representa a experiência de cidadania global na prática. Quando vamos a outro país, conhecemos os costumes, aprendemos com aquela realidade e crescemos humanamente e espiritualmente”, afirma Silvio Júnior, professor e orientador do Colégio Anchieta. Segundo ele, quando chega a vez de receber, é possível observar os jovens vindos de fora crescendo e aprendendo sobre a nossa cultura. “É muito nítido que cada um sai do seu lugar de conforto, porque não é tão simples estar em outra cultura. Isso exige adaptação – e todos crescem com isso”, acrescenta.

Conhecendo a cultura porto-alegrense, gaúcha e brasileira

Adrian Stefanon, professor do Instituto Oriente, de Puebla, no México, que acompanha estudantes de 14 a 17 anos em sua primeira semana em Porto Alegre, define a experiência do intercâmbio como incrível e necessária. Segundo ele, o projeto abre novas possibilidades para os jovens e para as escolas. “A sensação que temos é de que o espaço dos colégios jesuítas é muito mais amplo. Isso nos diferencia não só de outras instituições, mas amplia nossa forma de aprender sobre o mundo. E essa percepção é sentida tanto pelos estudantes quanto pelos professores. É como deixar de pensar que nossa casa é pequena e perceber que o mundo é muito grande”, afirma.

O professor conta que, quando retornam para casa, os alunos costumam compartilhar a vivência que tiveram e contagiam outros estudantes a participar. Os vínculos que criam durante a estadia fora de seu país também permanecem. “Está se formando uma verdadeira fraternidade entre eles. É muito bonito, são como irmãos”, explica. Ainda segundo ele, os estudantes que chegaram a Porto Alegre agora estavam muito entusiasmados pela experiência. “Um deles, por exemplo, estudou português intensivamente durante um mês para se preparar”, completa Adrian.

É o que fez Ricardo Gordian, de 16 anos, que já demonstra um entendimento da língua e uma pronúncia do idioma muito clara e fácil de compreender. “Espero poder conhecer um pouco mais de mim mesmo em situações sem minha família, longe deles, e descobrir coisas que não sabia sobre mim. Ainda não sei muito sobre a cultura brasileira, mas uma das razões pelas quais decidi vir foi que gosto muito de futebol. E sei que essa é a cidade do Ronaldinho, do Rafinha e muitos dos ídolos que me inspiram”, conta.

A professora Maria Oliva de Casasola, do Colegio San José de Villafranca, de Badajoz, na Espanha, define a experiência como um sonho realizado. Ela conta que, desde o início da parceria com o Anchieta, diversos alunos e professores já foram recebidos na instituição espanhola, criando uma ótima relação. Segundo ela, para os estudantes, a viagem representa a chance de ampliar horizontes. “É uma oportunidade de conhecer um lugar do mundo muito diferente. Eles vêm abertos a novas realidades, mas, ao mesmo tempo, é um reencontro com amigos. Eles vêm de uma zona rural, de um povoado pequeno, então poder estar em uma cidade como Porto Alegre e em um colégio como o Anchieta é uma oportunidade única”, avalia.