Entender a realidade de milhares de pessoas que deixam seus países de origem em busca de uma vida melhor, levando em consideração a língua como facilitadora da união de culturas distintas. Esse é o objetivo do Projeto We are all immigrants, realizado com alunos da 2ª Série do Ensino Médio.

Em sua quarta edição, o projeto é idealizado pelo componente de Língua Inglesa a partir de um trabalho de busca das origens dos alunos e de uma série de atividades voltadas ao tema da migração. Neste ano, participaram o Pe. Anderson Hammes, pároco na Igreja Pompeia e Diretor da Missão Pompeia CIBAI (Centro Ítalo Brasileiro de Assistência e Instrução às Migrações) e o Ir. Paulo Welter, responsável pelas atividades em Vila Oliva, que esteve em missão Angola e no Congo, quando coordenou o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados.

Pe. Anderson contou sobre suas experiências em diversos países e abordou aspectos da migração no Rio Grande do Sul, atribuídos principalmente a três fluxos migratórios: os europeus no pós-guerra, os hispanos dos países vizinhos que fugiram da ditadura militar e os migrantes novos rostos, que buscam melhores condições de vida ao fugir de guerras civis e da pobreza. Mesmo em tempos de pandemia, a chegada de imigrantes não parou. “No Estado, temos de 10 a 12 mil venezuelanos, e só no ano passado 4 mil chegaram aqui”, conta. Segundo ele, em função do estado ser um polo industrial, há muita oferta de emprego e que a cada 15 dias, os aviões da FAB chegam carregados de pessoas buscando vida nova em solo gaúcho.

Ir. Welter trouxe histórias vivenciadas no período em que trabalhou com os refugiados na África. “Refugiados e migrantes são as pessoas mais rejeitadas no mundo. E nós trabalhamos para mudar isso”, explica. Durante o período que lá viveu, viu de perto a fome e a pobreza de milhares de pessoas e trabalhou para mudar realidades. Para ele, é importante se dispor a ajudar essas pessoas que estão em busca de novas oportunidades e ter um coração aberto para acolhê-las.

Aproveitando o momento, Pe. Anderson reforçou a necessidade de mais voluntários no CIBAI para auxílio no encaminhamento de documentação para migrantes, na elaboração de currículos e no apadrinhamento dessas pessoas.

A professora Juliana Castiglia Brundo destaca que o projeto tem como ideia principal conscientizar os alunos de que de uma forma ou de outra, somos todos imigrantes. Em algum momento na história individual de cada aluno, lá nas suas origens, alguém migrou para o Brasil. “Aprendendo isso primeiramente, com a partilha do Padre Anderson e do Irmão Welter, é possível se pôr no lugar do outro e descobrir que pequenos gestos já são de grande ajuda. Plantamos a sementinha, agora esperamos que gerem frutos. Sabemos que embora tudo isso seja apenas um passo, é essencial para ajudar nossos irmãos”, completou.