Quatro dias, 210 participantes (entre estudantes, educadores e antigos alunos), 14 unidades educativas, 12 cidades de nove estados do Brasil, dez sessões, mais de 20 horas de debate e infinitas trocas de experiências e aprendizados. O encerramento da III ONU Intercolegial, na manhã de sexta-feira, 14 de junho, foi marcado por muita emoção e homenagens. O diretor da Rede Jesuíta de Educação Básica (RJE), professor Fernando Guidini, agradeceu os estudantes, professores, orientadores, coordenadores e diretores, além do Colégio Antônio Vieira, de Salvador (BA), pela recepção. “Como cidadãos globais, a simulação das Nações Unidas nos relembra sobre a importância do diálogo e a cooperação nacional e internacional em contextos cada vez mais sombrios e dicotômicos. É possível encontrar soluções comuns para problemas que hoje enfrentamos. Vocês, como futuros líderes, têm a responsabilidade de levar adiante esses valores. Penso que a cidadania global não seja apenas um conceito e uma prática diária de responsabilidade e ação para o melhor. Lembrem-se cada um de vocês tem o poder de fazer a diferença, seja em suas comunidades locais, seja em um contexto mais global.  A educação jesuíta sempre enfatizou a formação de homens e mulheres para os outros. E é exatamente isso que espero que vocês se tornem: agentes de transformação em um mundo que precisa de novas lideranças conscientes, competentes, criativas, compassivas e comprometidas”, falou.

Logo após o seu discurso, Guidini anunciou a unidade educativa que sediará, em 2026, a IV ONU Intercolegial: o Colégio Santo Inácio, de Fortaleza (CE). Simbolicamente, o bastão do evento foi passado para a delegação da instituição. Coordenadora da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Antônio Vieira e assessora estratégica da III ONU Intercolegial, a professora Léa Pontes comentou sobre a entrega dos estudantes ao longo da atividade. “As pessoas fazem melhor aquilo que elas escolhem fazer. Neste entendimento, conferimos o que foi a ONU Intercolegial nesses quatro dias: um processo de entrega de experiências, de saberes múltiplos e de valores aplicados. Obrigada a cada um, a cada uma de vocês, pela doação, pela disponibilidade, pela competência empenhada, pelo saber compartilhado, pela participação qualificada. Por terem aceito o desafio de fazer o magis e por serem exemplos de pessoas que estão fazendo a diferença nas suas próprias formações”, agradeceu.

Luciana Aché, assessora pedagógica do Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro (RJ), relembrou que a organização do evento começou em setembro de 2023, exigindo dedicação e o envolvimento do grupo de diretores, secretários e educadores. “Esse trabalho prévio, muitas vezes invisível, foi essencial para proporcionar uma experiência educacional enriquecedora e inspiradora para todos aqui presentes. Sem esse compromisso, não teríamos alcançado os resultados extraordinários que testemunhamos ao longo da simulação”. E complementou: “Nesses últimos quatro dias, os estudantes demonstraram não apenas um profundo entendimento das questões globais mais prementes no momento, mas também um compromisso genuíno em buscar soluções significativas e sustentáveis para os desafios apresentados enfrentados no nosso mundo. Vocês incorporaram o espírito da diplomacia e do diálogo, construindo, inspirando com determinação para fazer a diferença. Se mantiverem esse espírito tenaz, certamente teremos um mundo mais justo e mais humano, onde impera o respeito, a dignidade e a segurança de todos, sem distinção. Ao nos despedirmos, hoje, levamos conosco não apenas as memórias dessa experiência única e especial, mas também o compromisso renovado de sermos agentes de mudança, começando pelo nosso contexto local, mas sempre causando um verdadeiro impacto global”, ressaltou.

Sílvio Junior, professor de Projeto de Vida e orientador do Serviço de Orientação Religiosa e Espiritual (Sorep) do Colégio Anchieta, em Porto Alegre (RS), pontuou a riqueza do evento, com diferentes sotaques e culturais, e agradeceu pela sensibilidade com o Rio Grande do Sul. “Tudo isso demonstrou o magis inaciano e que construímos na prática aquilo que acreditamos. Vocês foram corajosos nesses dias, pois se lançaram inteiramente no desafio e nas propostas, buscando o diálogo, o respeito, a diplomacia, a paz, o entendimento e muitos outros valores que são fundamentais ao nosso jeito de ser e proceder. Vocês aqui representam 26.000 corações espalhados pelo Brasil, corações inquietos que sonham que um outro mundo é possível. E demonstraram com sua atitude, com sua busca, com sua inquietude, que sim, esse outro mundo é possível. E ele começa a ser construído aqui, em cada sala de aula das nossas escolas da rede jesuíta, espalhadas em todo o Brasil”.

Na solenidade de encerramento, foram concedidas menções honrosas e nominais para estudantes que tiveram atuações destacadas, entregues pelos membros da diretoria de cada comitê:  G-20, Organização dos Estados Americanos (OEA), Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), The United Nations Historical Security Council (UNHSC), além da imprensa e do staff. “É um tanto gratificante observar o brilho nos olhares e os sorrisos nos rostos de todos circulando pelos corredores. É impossível não se contagiar com a exitosa experiência de simular nesse contexto de integração entre escolas, com alunos e ex-alunos de diferentes estados, cooperando para fazer dessa a melhor ONU de todas”, observou Bruna Catão, estudante do Colégio São Luís, em São Paulo (SP).

Pedro Campos, antigo aluno do Colégio dos Jesuítas, em Juiz de Fora (MG), e estudante de Ciência da Computação na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), falou sobre os sentimentos e aprendizados ao longo do evento. “Saímos daqui com inúmeros aprendizados acadêmicos, oratórios, de estudo, mas sobretudo o fator humano sedimentou essa simulação e isso é o mais bonito que podíamos alcançar. Encontrei nessa simulação não só um evento, mas uma experiência, porque foi formada por pessoas com corações cheios de motivações e sentimentos diferentes”.

Por fim, os secretários-gerais da III ONU Intercolegial, destacaram os pontos altos da atividade. “Estudo, debate e crise nos levaram a um encontro frutífero e construtivo acerca de temáticas urgentes, sensíveis e complexas, as quais desafiaram ou ainda desafiam os reais delegados, deputados, chefes de Estado e de governo do nosso mundo. Celebramos ainda, pois conseguimos, em objetivo uníssono, consagrar o poder da diplomacia e do diálogo, valendo-nos de técnicas de soluções de conflitos para resolver ou mitigar tais dilemas relevantíssimos à humanidade”, disse João Pontes. “A vivência edificada nesses dias de simulação foi fruto de estímulos e esforços coletivos. Como consequência, a distância geográfica se tornou diminuta frente à grandiosa união pautada no processo e no propósito comuns. Nesta semana, testemunhamos o protagonismo estudantil na sedimentação do conhecimento, acompanhado de discursos críticos e categóricos, além de posturas propositivas em direção à mitigação das problemáticas postas”, completou Beatriz Costa. Ambos são ex-alunos do Vieira e estudantes de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Repercussão na imprensa

A III ONU Intercolegial teve grande repercussão na imprensa. Confira:

JORNAIS
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SITES
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RÁDIO – Bandnews FM

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