Imagens para Educar é uma exposição que apresenta parte da coleção de quadros parietais do Museu Anchieta de Ciências Naturais e que estará em cartaz no Museu da UFRGS até final de março de 2024, com entrada franca. A mostra é resultado da parceria do Museu da UFRGS com o Museu Anchieta de Ciências Naturais e o Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio/FABICO e reúne parte de uma coleção de 278 quadros parietais e caixas tridimensionais do Colégio Anchieta, peças que compunham originalmente os museus escolares produzidos na Europa e no Brasil.
A exposição é inspirada na dissertação de mestrado “L’enseignement par les Yeux”: uma coleção de quadros parietais no Museu Anchieta de Ciências Naturais defendida no Programa de Pós-graduação em Museologia e Patrimônio da UFRGS pela Me. Alana Cioato com orientação da Dra. Zita Possamai, que também são curadoras da exposição junto com a equipe do Museu da UFRGS e a bacharela em museologia Gabriela Leindecker.
“A partir da riqueza e da beleza das imagens apresentadas na exposição, pretende-se sensibilizar para a preservação do patrimônio histórico educativo, ressaltar sua relevância, bem como compartilhar uma faceta da história da educação brasileira”, explica Possamai. Impulsionados por essa pesquisa, outros estudos vêm sendo realizados com os acervos do Museu Anchieta, dando visibilidade à trajetória da instituição e promovendo interesse entre os cientistas.
“É um acervo tão raro, que o Colégio adquiriu, preservou e que hoje vai ser mostrado para toda a comunidade”, destaca Cioato sobre a exposição inspirada em sua dissertação de mestrado. A partir do estudo, a museóloga do Colégio Anchieta quis visibilizar a importância do acervo histórico no âmbito nacional. Posteriormente, a exposição Imagens para Educar poderá ser exposta no Colégio Anchieta e em outros locais.
Entenda o que são os quadros parietais
Os museus escolares eram coleções compostas por imagens, constituindo-se em materiais educacionais. Na época em que eram utilizadas, as coleções vinham acompanhadas por manuais explicativos para uso do professor e colocadas nas paredes das salas de aula. Devido ao formato expositivo, as imagens também eram chamadas de quadros murais ou quadros parietais.
Os quadros parietais foram produzidos e utilizados no século XIX e nas primeiras décadas do século XX, no âmbito da modernização pedagógica, segundo a qual pressupostos científicos deveriam ser transpostos ao ensino. Nesse contexto, o estudante deveria estar no centro do processo de aprendizado e ser estimulado a uma educação dos sentidos (olhar, cheirar, tocar, experimentar, ouvir) para, então, alcançar o conhecimento abstrato. Daí a importância do concreto e das imagens. Com essas novas ideias e materiais, buscava-se uma alternativa para o ensino pautado somente na leitura e na memorização.