Hoje pela manhã, para encerrar as homenagens ao Dia da Mulher, cerca de 120 alunas da 3ª Série do Ensino Médio promoveram um ato durante o intervalo contra os chamados listões que circulam pelas redes sociais ressaltando atributos de beleza das meninas.

Durante o ato, o seguinte texto, preparado por elas, foi lido aos presentes:

“Amo a mulher que me tornei porque lutei para ser ela. Antes de mim, outras lutaram, e é por causa delas que a minha voz ecoa hoje. Planejamos uma homenagem para que pudéssemos lembrar das mulheres a nossa volta e, por que não, de nós mesmas. Crescemos sendo colocadas uma acima da outra, quando na verdade estamos todas juntas. O listão é a concretização desse pensamento sendo repassada como uma tradição. Chega. E é para dar continuidade ao legado das que vieram antes de nós que hoje nos retiramos de um ranking em que fomos colocadas. Na nossa lista, estamos ao lado umas das outras, celebrando tudo o que somos e que por tanto tempo foi reduzido à nossa aparência”.

Ainda completaram com um pensamento de Rupi Kaur:

“Quero pedir desculpa a todas as mulheres que descrevi como bonitas antes de dizer inteligentes ou corajosas. Fico triste por ter falado como se algo tão simples como aquilo que nasceu com você, fosse seu maior orgulho, quando seu espírito já despedaçou montanhas. De agora em diante vou dizer coisas como, “você é forte” ou, “você é incrível!”, não porque eu não te ache bonita, mas porque você é muito mais do que isso”.

Segundo as alunas que organizaram o momento, a ideia era impactar não só quem criava as listas, mas todas as meninas, que não deveriam aceitar certos rótulos. Para a Coordenadora do Serviço de Orientação Educacional da 3ª Série do Ensino Médio, Isabel Tremarin, é uma questão de ordem cultural que deve ser trabalhada com conscientização. “As meninas vêm crescendo muito e elaborando muito bem essa questão entre elas, se organizando para deixar claro suas posições, se colocando ao lado uma das outras. Nos reunimos e aprofundamos a reflexão a fim de gerar uma mudança de cultura, o que sabemos não acontecer de uma hora para outra”, completou.