Boas histórias sempre nos conectam a assuntos diversos e nos despertam para realidades nunca antes imaginadas. Foi a partir do contexto dos contadores de histórias que a Coordenadora Geral do Magis Inspiração, Isabel Tremarin, abriu o evento ontem à noite para uma plateia lotada no Teatro Unisinos.

As boas-vindas ficaram por conta do Pe. João Roque Rohr, que acolheu a comunidade anchietana. Em seguida, um a um, os speakers, foram sendo chamados pelos seus “anjos”, pessoas da equipe da Rede de Pais e APM, responsáveis pelo contato e preparação de cada um.

A primeira a subir ao palco foi a arquiteta Aline Fuhrmeister que contou sobre sua experiência ao criar a DU99, uma iniciativa que seleciona instituições para receber pequenas reformas. Com a ajuda de um mutirão de pessoas que se inscrevem pela internet, parceiros e com material de doação, ela consegue mudar a realidade e qualidade de vida de muitas pessoas.

O africano Januário Gonçalves trouxe a sua realidade como migrante e como isso o impulsionou a ajudar outras pessoas na mesma situação. Assim, surgiu a ONG África do Coração, uma entidade sem fins lucrativos que presta trabalho de assistência social e também atua na promoção da integração social dos refugiados e migrantes entre si e também com a sociedade brasileira. Januário aproveitou a oportunidade para deixar uma mensagem ao público: “Juntem-se a nós, queremos ajudar no crescimento desse país”, referindo-se ao preconceito existente em relação a refugiados e migrantes.

Conhecer o tempo e o silêncio foi a aprendizagem da terceira speaker ao subir ao palco. Tatiana Fadel Rihan contou como realizar o Caminho de Santiago de Compostela foi importante para aprender sobre a solidariedade, o amor e o autoconhecimento.

O que poderia ser uma verdadeira tragédia na vida de qualquer um, para o empresário Luís Fernando Binotto foi um verdadeiro presente, segundo ele. Após descobrir um câncer cerebral em 2013, o empresário enfrentou a doença com otimismo, gratidão, disciplina, meditação e muito apoio da família. O resultado? A cura, sem cirurgia. A doença, segundo ele, trouxe aprendizados valiosos para a vida.

A professora e regente Cecília Silveira aliou educação e arte em um projeto que revolucionou muitas vidas. Ela é responsável pela criação da Orquestra Villa-Lobos, um programa que ensina música a jovens há 27 anos, promovendo a educação, a arte e a inclusão social. “A educação emancipa, a arte sensibiliza. Isso tudo nos leva a acreditar no poder transformador que esse trabalho tem”, afirma. Hoje o programa conta com 25 educadores musicais, metade desse grupo teve a formação na Orquestra, tendo muitos profissionais formados atuando, inclusive, no exterior. O Grupo de Choro da Orquestra fez uma participação especial, encantando o público.

Marcia Capellari trouxe muita energia para o público. A speaker contou como sua infância foi difícil e como a educação transformou sua vida. Hoje ela é professora, coordenadora das Alianças Estratégicas Institucionais e Empresariais da IMED e presidente da Lídera – Associação das Mulheres Empreendedoras. Seu trabalho é voltado para o empoderamento feminino e o desenvolvimento de habilidades de mulheres.

Acreditar em si mesmo e dar a volta por cima. Assim foi com o policial e atleta de jiu-jitsu Emanuel Araújo. Após perder o movimento do braço esquerdo em um acidente, Emanuel teve de buscar forças na família para voltar às suas atividades. Hoje ele é proprietário da Fábrica de Campeões, em Charqueadas, um espaço para treinamento, onde, segundo ele, o poder e a confiança são entregues às pessoas. Nesses três anos após o acidente, Emanuel participou de 13 competições como paratleta, tendo ganho 12 delas e conquistado, inclusive, um Campeonato Mundial.

Lau Patrón é mãe do João, um menino que nasceu com uma doença rara e que após um AVC, ainda muito pequeno, ficou com algumas sequelas motoras. Hoje o João tem 7 anos, é alfabetizado e consegue se comunicar, mas enfrenta um problema muito sério: o preconceito. “Precisamos ensinar empatia e respeito a nossas crianças. Não existe educação sem diversidade”, enfatizou Lau.

Dóris Menegon é enfermeira e junto com sua filha e mais alguns amigos leva esperança, alegria e muita fé através da música para pacientes nos hospitais. A speaker contou como essa pequena ação tem tornado a vida nos hospitais mais leve. “Como vocês podem fazer a diferença?”, desafiou o público.

Moyes Costa foi o último a subir no palco do Magis Inspiração. O designer trouxe sua experiência no coletivo POA Inquieta, falando um pouco sobre seu envolvimento nesse projeto e como as pessoas podem fazer parte desse movimento que representa um novo modelo de organização social que cria conexões, processa informação e é flexível para se adaptar às transformações da sociedade contemporânea.

O encerramento do evento contou com o cantor Lumi, que fez a plateia dançar ao som das músicas de seus país e de sucessos já consagrados por aqui.

Quer assistir ao Magis Inspiração? O vídeo está disponível aqui.