Em 2022 os estudantes do 2º Ano do Ensino Fundamental passaram a aprender uma terceira linguagem no Colégio Anchieta. Além das aulas de português e inglês, agora eles têm conhecimento sobre comunicação não violenta (CNV), também conhecida como a linguagem da empatia.

A ideia para o projeto surgiu em 2019, mas precisou ser adiada em razão da pandemia. “A partir de algumas leituras e estudos, fomos percebendo que, para este momento, as crianças da faixa etária dos 07 aos 08 anos estavam preparadas para entender o que é a comunicação não violenta e para o que ela serve”, conta Helenara Diogo, Orientadora Educacional do 2º Ano do Ensino Fundamental e idealizadora do projeto. Futuramente o CNV para crianças também poderá ser estendido para os 3º e 4º Anos do Ensino Fundamental.

O que é Comunicação Não Violenta?

Desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg a partir de seus estudos e experiências práticas como mediador de conflitos, a comunicação não violenta aborda um conjunto de técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. O foco é atentar-se para a forma de comunicação utilizada, para que, desta forma, seja possível enfrentar situações para gerar resultados positivos, e não conflitos.

Comunicação não violenta para crianças

Há um grande e diferenciado processo para trabalhar o assunto com estudantes tão jovens. As técnicas lúdicas ganham força, despertando o interesse e provocando a interação das crianças com as situações propostas pelas dinâmicas. A primeira parte do projeto aconteceu no auditório do prédio B, onde os estudantes tiveram um encontro marcado com a Orientadora Educacional.

A girafa e o chacal, protagonistas da comunicação não violenta para crianças, também participaram do momento. Enquanto a girafa representa a linguagem da escuta, da atenção, do cuidado e do foco na solução, o chacal simboliza a linguagem da reação, da acusação e do foco na culpa. Com o apoio dos personagens, “os estudantes conseguem entender o que é a CNV, para que ela serve e em que momentos ela vai ser útil, não só no espaço escolar, mas nas relações familiares, nas relações com os amigos e nos outros espaços”, explica Helenara.

Além conhecerem os conceitos, os estudantes do 2º Ano também colocam em prática a linguagem aprendida. No segundo momento da oficina, divididos em pequenos grupos, alunos e alunas encenaram diálogos para exercitar a CNV. Por fim, todos os estudantes ganharam um button como lembrança da atividade e da importância da comunicação não violenta.

O projeto ainda envolve todas as áreas de ensino do Ensino Fundamental, e, após o encontro inicial, a comunicação não violenta vem sendo trabalhada de diferentes formas. Na disciplina de Artes, os estudantes produziram desenhos e, na disciplina de Língua Inglesa, confeccionaram uma flâmula por turma, em que cada um deles expressou seu sentimento e emoção. Em Pensamento Lógico, elas e eles retomaram os conceitos e os princípios da CNV a partir de um jogo de tabuleiro. Já na disciplina de Música, ouviram e cantaram uma canção especial sobre o tema.

Com o objetivo de criar pontes, a comunicação não violenta também vai ao encontro da missão jesuíta do Colégio e da sua proposta pedagógica, educando para a compaixão, a cooperação, o discernimento e a inclusão.