Inácio de Loyola nasceu na região rural de Azpeitia, no País Basco, norte da Espanha, em 1491, um ano antes da descoberta das Américas. Era o final da Idade Média e a alvorada dos tempos modernos. Inácio foi o caçula dos treze filhos dos senhores de Loyola, família muito conhecida na região, pela fidelidade aos reis de Castela e pela fé católica. Seu nome de nascimento era Íñigo, mas tomou o nome de Inácio, por ser universal.
Até os 30 anos, o jovem Inácio viveu de maneira mundana. Como tantos outros jovens, foi dominado pelas paixões do jogo, das mulheres e das armas. Nunca foi um militar profissional, mas cavaleiro a serviço do vice-rei de Navarra, cujos interesses defendia nas guerras. A sombra dos grandes da época, aquele jovem sonhava com um futuro brilhante.
No entanto, um acidente mudou o destino de Inácio. Era o mês de maio de 1521, o ano em que Lutero desligou-se da Igreja Católica. Inácio lutava corajosamente, em Pamplona, contra as tropas francesas que tinham entrado na cidade e avançavam sobre o último reduto. A resistência era impossível, mas Inácio não se rendia. Até que uma bala lhe quebrou uma perna e machucou a outra, levando a rendição de suas tropas.
Gravemente ferido, foi transportado até o castelo da família Loyola. Depois de muito sofrer nas mãos dos médicos, sentiu-se próximo da morte. Na festa de São João, o doente confessou-se e recebeu os últimos sacramentos. Mas quis Deus que, no dia de São Pedro, de quem Inácio era devoto, começasse a melhorar.
Por vaidade, teve que sofrer ainda mais, submeteu-se à cirurgia para cortar uma protuberância numa perna, que lhe impediria de calçar a bota da moda, muito justa e elegante. Inácio, era um homem do mundo.