Mãe de um aluno do 6º Ano avalia os meses de aulas síncronas e destaca a transmissão de valores, o empenho e a proximidade com os docentes como maiores ganhos
A conexão entre a escola e as famílias se tornou ainda mais forte com a modalidade de estudos especiais a distância. Há pouco mais de quatro meses, o ambiente de sala de aula e o espaço de convívio entre as crianças e seus familiares têm sido o mesmo. Essa realidade imposta pela pandemia exigiu uma grande capacidade de adaptação. Mas também reforçou a relação de proximidade e confiança no processo educativo.
Antes da pausa para o recesso escolar, Márcia Delgado de Ávila, mãe do Bruno, 11 anos, aluno do 6º Ano, enviou uma mensagem especial aos professores do Colégio Anchieta. Apesar do cenário difícil, ela faz uma leitura positiva deste momento que merece ser compartilhada. “Nunca tivemos tanta aproximação com os professores. Sou fã deles! Percebo que foram humanizados, sabemos que têm gato, cachorro. Fomos conhecendo a personalidade de cada um, o jeito de trabalhar e a maneira como lidam com as crianças”, observa.
Márcia lembra que o início das aulas síncronas não foi fácil e dá uma lição de empatia: “Ficava pensando que na casa de cada educador a situação devia estar parecida: insegurança, medo, pressão. E fiquei mais uma vez encantada com a leveza que os profes traziam para as aulas” e completa: “Santos professores! Com pouco tempo, tudo ficou organizado na plataforma, nas aulas, no cronograma, no próprio colégio, nas nossas casas, na nossa rotina e em nossos corações”.
Em seu e-mail, Márcia descreve as características de cada professor percebidas na rotina das aulas: um conhece muito bem a turma e canta sem medo de ser feliz. Outra é bastante organizada e passa essa característica aos pequenos. Há a profe carinhosa, que chama os alunos pelo nome no diminutivo e pede para abrirem a câmera e matar a saudade do rostinho de cada um.
A mãe reconhece os valores que estão sendo compartilhados pelos professores, a importância da espiritualidade, o empenho para oferecer uma boa explicação da matéria e o comprometimento. “O Bruno sente muita falta dos amigos, mas está super adaptado às aulas. Adora a Educação Física e sempre me chama quando tem música. Aprendi muita coisa também. É um privilégio ensinar e aprender com meu filho”, conta a mãe, lembrando que não gostava do conteúdo sobre a Grécia Antiga, mas passou a se interessar depois de uma aula de História do filho.
Márcia reconhece que o momento hoje é difícil, mas tem certeza de que sentirá falta da escola dentro de casa quando as aulas presenciais retornarem. Para ela, além da capacidade técnica, cada profissional tem se mostrado um grande ser humano. “Os professores precisam saber que estão no caminho certo. Temos erros, acertos, mas o mais importante é o esforço de querer acertar, de ser melhor”, finaliza.