No Brasil, 43% dos meninos e meninas com idades entre 11 e 12 anos disseram sofrer bullying nos últimos tempos, de acordo com o relatório Um rosto familiar: a violência na vida de crianças e adolescentes apresentado no ano passado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Essa realidade preocupa tanto as famílias quanto a escola, que assume um papel fundamental ao propor a reflexão sobre esse problema.

Nesta manhã, os alunos do 9º Ano foram convidados a discutir sobre Bullying e Relacionamento familiar. Após assistir ao filme Extraordinário, em que um menino de 10 anos é alvo de bullying por ter uma deformidade facial, o tema foi trabalhado em forma de fórum com a presença da psicóloga Susana Dornelles, da mãe Raquel Schutz, representando a Associação de Pais e Mestres, e dos alunos Laura Menke e Artur Sanco.

Sobre o assunto, Susana explicou que a prática do bullying consiste em atos constantes, premeditados, para magoar um alvo específico. Segundo ela, o bullyng sempre existiu, mas atualmente vem sendo estudado com mais profundidade e pode acontecer em decorrência de três razões: representação de si mesmo, ou seja, a pessoa precisa diminuir o outro para se sentir melhor; pensamento irreversível, isto é, a falta de maturidade cognitiva para se colocar no lugar do outro; e o modelo familiar, ou seja, pais que tratam as pessoas com ironia influenciam os filhos, que aprendem pelo exemplo.

Laura e Artur alertaram as turmas sobre a necessidade de instruir os amigos que passam por situações de bullying a procurarem ajuda. “O nosso papel é escutar o nosso amigo e os adultos irão resolver o problema. Quando a dor é compartilhada, fica bem mais fácil”, ponderou Artur. Os dois contaram sobre suas experiências como vítimas de bullying e como essas situações os fortaleceram. “Foi um momento muito importante para eu me descobrir como pessoa”, explicou Laura.

Raquel destacou a importância da abertura do diálogo com os pais e dos espaços de discussão. “O papel dos pais é observar pais e filhos. Não nascemos pais e mães, também vamos aprendendo ao longo da vida a partir dessas experiências, por isso, conversem com seus pais”, aconselhou.