Doação de máscaras e álcool gel e a produção de conteúdo informativo em perfil no Instagram é resultado da atuação de dez alunos do 5º e 6º anos
Conscientização sobre a importância do uso da máscara e da lavagem das mãos, compartilhamento de informações relevantes a partir de fontes seguras e mobilização para ajudar quem mais precisa durante a pandemia. Esses são os compromissos que dez alunos do Colégio Anchieta assumiram, há três meses, quando se tornaram Patrulheiros do Covid-19. Assim como Marshall, Rubble, Chase, Rocky, Zuma, Skye, Everest e Tracker — filhotes da Patrulha Canina, que inspiraram o nome do grupo —, os alunos do 5º e 6º Anos estão empenhados em proteger a comunidade do coronavírus.
“As crianças falam sobre a importância da reciclagem, sobre o cuidado com os animais, a economia de água, a preservação das florestas. Já são criados influenciando a gente. Por que não aproveitar essa influência para ensinar a usar a máscara e a lavar as mãos?”, observa a psiquiatra Berenice Gomes Giannetti, 60 anos, dinda de uma das alunas do grupo. Ela revela que a ideia inicial era criar apenas uma campanha. Mas a afilhada Luiza K. Soares, dez anos, logo produziu um card, compartilhou com os amigos, e não demorou muito para o grupo estar formado.
Berenice lembra que, assim que os colegas toparam ser Patrulheiros do Covid-19, um grupo no Whatsapp foi criado e ela passou a ser o adulto que está sempre na retaguarda. “Conversei com eles para entender o que queriam fazer. Falei com os pais, me apresentei, expliquei a ideia, pedi nomes e telefones”, destaca a dinda. O grupo se encontra virtualmente uma vez por semana, planeja ações solidárias e troca informações. A primeira entrega foi um kit produzido por eles com máscaras e álcool gel para crianças da Ilha da Pintada, do Abrigo João Paulo II, uma casa de acolhimento ligada à Prefeitura de Porto Alegre. Agora, eles trabalham para recolher livros e brinquedos para presentear no Dia da Criança. Também está prevista a produção caseira de biscoitos para agregar ao presente no dia 12 de outubro.
Para Luiza, esse momento tem sido de grande aprendizado. E a mobilização dela para fazer algo pelos outros durante a pandemia logo ganhou apoio do Arthur Rey, dez anos: “Achei que a gente tinha que fazer uma coisa maior, um grupo. Então, a gente foi conversando, colocando coisas no Instagram. Tento ajudar ao máximo, publicar coisas”, completa. Guilherme Mendes, dez anos, também aceitou logo o convite de Luiza. “Fiquei super feliz! Respondi que podia ajudar, estou à disposição. Estou sempre aprendendo, sempre tenho ânimo de fazer as coisas”, conta. Ana Clara Godoy, Anita Bergmann, Betina Rispoli, Estêvão Ignácio, Isis Fontana, Laura Emerich e Mariana Hackner completam o time.
Além de fazer a diferença por meio de ações concretas, os Patrulheiros já sabem que a informação confiável, de fonte credenciada, é uma grande aliada neste momento. No perfil @patrulheiros_do_covid19 no Instagram, há vídeos produzidos pelas crianças, desenhos, fotos e o compartilhamento do noticiário em geral a respeito da pandemia. “Como sou médica, tenho de estar atualizada, até para tranquilizar meus pacientes. E nós conversamos muito sobre fake news. Digo que a gente checa, se recebeu informação, leu em algum lugar. Precisamos saber a origem, ver se faz sentido”, ensina Berenice. Em breve, o grupo será porta-voz de dicas muito importantes que serão compartilhadas pelo Colégio Anchieta.
Até aqui, a intenção, conforme a psiquiatra, foi manter o vínculo entre as crianças em torno de algo positivo. “Converso muito com eles. Podem estar chateados, exaustos, sem paciência. Não tem problema se sentirem assim de vez em quando. Mas no grupo estão agindo, sem a coisa do tédio, de quem não pode sair de casa”. Berenice avalia que a turma tem um espírito de grupo muito interessante. É coeso, participativo, agregador. E quando o coronavírus finalmente acabar? A ideia é que os Patrulheiros permaneçam juntos, mas em busca de uma nova causa que os mobilize.
Conheça os Patrulheiros:
