Atividade online abriu espaço para docentes dividirem propostas de trabalho realizadas durante a pandemia, nas aulas síncronas
Nesta semana, foi realizada mais uma edição do projeto Anchieta Narra, que tem o objetivo de criar um espaço para compartilhamento de experiências de docentes, buscando inspirar boas práticas entre os educadores do Colégio Anchieta. Na abertura da quarta edição, o Diretor Acadêmico Dário Schneider saudou os professores, em especial ao Serviço de Orientação Pedagógica (SOP). O encontro virtual teve início com a Escola de Artes, que apresentou um arranjo para a oração de Santo Inácio, aliado à poesia de Rubem Alves.
Representando todos os professores, um grupo de profissionais narrou experiências do ensino a distância. “Nosso corpo docente é formado por criativos, ousados, que se reinventaram frente aos desafios deste tempo, criando experiências de aprendizagem efetivas e inovadoras para seus estudantes”, afirmou Dóris Trentini, Coordenadora do SOP.
Dóris destacou a mobilização e a reinvenção docente ocorridas neste ano. “Esse Anchieta Narra é diferenciado porque estão destacados alguns indicadores do acompanhamento docente, demonstrando que, mesmo em uma aula a distância, é possível criar experiências de aprendizagem muito bacanas”, disse a coordenadora.
Tatiana Terragno, Orientadora Pedagógica da Formação Complementar, trouxe a experiência da Escola de Esportes. Conforme a orientadora, trabalhar com as tecnologias e as novas formas de comunicação, mantendo os alunos conectados e vinculados a distância, foi um desafio importante. Tatiana falou sobre a intencionalidade afetiva nas práticas pedagógicas do ensino do esporte.
O professor Daniel Brauner mencionou a importância das trocas. “Para serem efetivas é preciso o vínculo. No treinamento de basquete, objetivo criar um clima legal, principalmente porque estamos trabalhando com um esporte coletivo, que envolve relacionamento interpessoal. Se a gente não tem um bom ambiente construído, não consegue chegar aos objetivos”, observou. O vídeo ainda contou com o depoimento de vários alunos que participaram da Formação Complementar.
Na sequência, a Orientadora Pedagógica do Infantil C, Lisiane Tebaldi, compartilhou a experiência da Educação Infantil, que precisou reinventar seu modo de ser e proceder junto às crianças e às famílias. A professora Larissa Justin, de Linguagem Digital, teve como desafio explorar os espaços da Educação Infantil por meio de ferramentas digitais. Um deles foi o Tour Virtual do Colégio Anchieta, disponível no site do Colégio Anchieta, um diferencial entre os colégios da Rede Jesuíta de Educação, elaborado pelo Setor de Comunicação e Marketing da instituição. O tema saudade foi trabalhado por meio da lousa lightboard, disponível no Teams, para promover a interação e autonomia das crianças.
A Orientadora Pedagógica do 8º Ano e 1ª Série do Ensino Médio, Adriane Caldas, trouxe a proposta da professora Iris Valiente, que trabalha com Design Cognitivo e Tecnologias. Ela teve o desafio de orientar e motivar os alunos para apresentação de trabalhos em equipe na modalidade a distância, de maneira colaborativa, efetiva e significativa, favorecendo o protagonismo e a criatividade. Iris compartilhou alguns trabalhos dos estudantes, que demonstram autonomia, respeito, responsabilidade e comprometimento, aliados à noção de processo e produto final.
O trabalho das professoras Carolina Figueiró e Vanessa Líbio, da disciplina de Arte Digital, foi apresentado pela Orientadora Pedagógica do 2º e 3º Anos do Ensino Fundamental I, Celine Escher. Pensando em descobrir como os alunos se sentiam longe do Colégio Anchieta, as professoras sugeriram que escrevessem cartas que expressavam sentimentos como saudade, gratidão e amor. Outras atividades envolveram ainda fotos enviadas pelos alunos e o uso da letra cursiva. “A arte digital nos proporciona trabalhar os conteúdos de sala de aula de uma forma lúdica através das ferramentas digitais”, destacou Vanessa.
A Coordenadora do SOP, Dóris Trentini, apresentou o projeto Notas Musicais são Frações em Movimento, envolvendo os professores de Matemática do 6º Ano, Cassiano Oberosler e Michele dos Santos. De acordo com o professor Cassiano, a ideia inicial era interligar a música com a Matemática, relacionando o estudo de frações com algo diferente. “Geralmente, os livros didáticos fazem a relação da fração com a alimentação. Decidimos que faríamos algo diferente: relacionar as frações com a música”, contou Cassiano. O coordenador da Escola de Artes do Colégio Anchieta, Alyson Kestering Wendhausen, destacou o quanto a música e a matemática têm em comum: “Demonstramos na prática que as partituras musicais são construídas em cima de frações”.
A Orientadora Pedagógica dos Infantis A e B, Julieta Barrionuevo, convidou a professora Jakeline Dias para apresentar uma ação desenvolvida no Infantil B, na qual o desafio era trabalhar a dimensão socioemocional de forma assíncrona com crianças pequenas. “As propostas desenvolvidas são fruto de um trabalho coletivo e colaborativo, de investimento e de reflexões, que se manifestam em ações. Nossos objetivos vão além de oportunizar a identificação e o reconhecimento das emoções básicas pelas crianças, mas ofertar ferramentas para que desenvolvam habilidades para lidarem com as suas emoções”, explicou a professora. Jogo das emoções, Pote da Calma, Coleção Sentimentos e Emoções fizeram parte do projeto.
A proposta da professora Agda Testa, do componente curricular de Arte, do 6º Ano, foi trazida pela Orientadora Pedagógica do 6º e 7º Anos do Ensino Fundamental II, Patrícia Gomes. “Me preocupava não apenas em passar o conteúdo, mas em não perder o vínculo afetivo com os alunos. Achei uma solução que, pra mim, funcionou muito bem. Na metade da tela do computador, eu projeto a parte teórica. E, do outro lado, deixo a parte do Teams aberta onde eu consigo enxergar os trabalhos dos alunos. Eles vão lendo as instruções e, na dúvida, abrem as câmeras e mostram o trabalho. Eu, através da imagem, avalio como se fosse aquela aula em que o professor passa em cada mesa e olha o trabalho do aluno, faz um comentário, ajudando, elogiando, não perdendo o vínculo afetivo que, neste momento, é muito importante”, esclareceu Agda.
A Orientadora Pedagógica do 1º e 3º Anos do Ensino Fundamental I, Adriana Fantin, falou sobre a saga do 1º Ano e a alfabetização a distância, em pleno isolamento social imposto pela pandemia. A professora Jaqueline Calegari relatou o trabalho Alfabetizando em Tempos de Pandemia. “Em qualquer momento histórico, a alfabetização representa um momento especial, um ano esperado pelas famílias com grande expectativa. A inserção da criança no universo letrado”, destacou Jaqueline. Inicialmente, foi criado o vínculo remoto.
Conforme Jaqueline, momentos de escuta, partilha de novidades e emoções fizeram parte do trabalho. “Em pouco tempo, era como se não houvesse tela, estávamos conectados em todos os sentidos.” A proposta contemplou pequenos grupos, atendimento individualizado e a exploração do espaço onde as crianças estavam. “Muitas histórias foram contadas. A exploração de letras, sílabas e palavras foi constante. Em setembro, construíram o primeiro texto, com seis divertidos parágrafos.”
A Orientadora Pedagógica a 2ª e 3ª Séries do Ensino Médio, Maria Isabel Xavier, apresentou o relato da professora Vivian Berlitz, que contou como foi dar a primeira aula síncrona de Inglês para alunos da 1ª Série do Ensino Médio. “Estávamos estudando formas de entretenimento. Íamos falar sobre música. Propus que os professores gravassem um depoimento sobre uma música que fosse bem especial, uma música em qualquer língua”. Segundo ela, os alunos não esperavam a participação dos professores, que se doaram na produção dos vídeos e compartilharam suas histórias. “O resultado não foi uma aula de inglês, foi uma aula de acolhimento que, por acaso, foi em inglês.”
Ao final, a Orientadora Pedagógica 4º e 5º Anos do Ensino Fundamental I, Adriana Bassi, agradeceu a participação dos professores e convidou a todos a acompanharem um vídeo de homenagem.