“Somos todos imigrantes”: projeto do Colégio Anchieta (RS) chama a atenção sobre os refugiados
O Dia Mundial do Refugiado ocorre todos os anos em 20 de junho. A data foi designada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para homenagear as pessoas refugiadas em todo o mundo, além de celebrar a força e a coragem daqueles que precisaram deixar o seu país de origem para fugir de conflitos ou perseguições. Para 2023, o tema do Dia Mundial do Refugiado é Esperança longe de casa: por um mundo inclusivo com pessoas refugiadas e busca incluí-las nas comunidades em que se encontram e apoiá-las no recomeço das suas vidas.
O Colégio Anchieta, em Porto Alegre (RS), desenvolve, desde 2019, o projeto We are all immigrants (“Somos todos imigrantes”, em português), com estudantes da 2ª série do Ensino Médio. O trabalho conta com a parceria do Centro Ítalo Brasileiro de Assistência e Instruções às Migrações (CIBAI Migrações), da Paróquia Nossa Senhora da Pompéia. A professora do componente curricular de Cidadania Global e de Língua Inglesa, Juliana Brundo, responsável pela iniciativa, explica que o projeto inicia com ela perguntando aos estudantes o quão distante deles está a imigração. “A grande maioria diz que ela está longe e que, às vezes, eles veem as pessoas do Haiti na rua vendendo relógios. Então, para eles, isso é imigração. Depois, eu digo para pensarem em seus nomes e fazerem um trabalho de pesquisa com as famílias, de onde os sobrenomes deles vieram, quem migrou em algum momento na história da vida deles. Ninguém é 100% brasileiro”, conta.
Depois da pesquisa, os alunos participam de atividades com leituras de notícias em sites internacionais e com o vocabulário da temática de migração. “Por meio da língua inglesa queremos que o nosso aluno seja mais compassivo, consciente e criativo. Então, a minha ideia é que eles tenham consciência do que acontece ao redor deles”, destaca. Os estudantes apresentam para os colegas, em inglês, as histórias de suas famílias: origem do nome e sobrenome, motivos da migração, data, de onde para onde, etc. O projeto envolve, ainda, a arrecadação de alimentos. Cada turma fica responsável por um item.
Para finalizar os estudos sobre migração, as turmas assistem a uma palestra com um representante da Igreja Nossa Senhora da Pompéia e dois ou três migrantes, que contam a sua história aos estudantes, e há a entrega de todas as doações. “Eu sempre crio um formulário no final do projeto para que os estudantes façam uma avaliação, e é muito positivo o retorno deles. Os alunos me procuram para dizer que adoraram a palestra e que não tinham ideia de tudo que os migrantes passam. Geralmente, não conseguimos acertar a afetividade dos alunos em outro idioma. Tenho este desafio: como que por meio da língua vou conseguir atingir os alunos, chegar até eles e fazer com que tenham consciência do que acontece? Então, acho que com esse projeto, consigo tocá-los”, afirma Juliana.
Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados
A Companhia de Jesus tem um trabalho especializado em migração, deslocamento forçado e refúgio, em mais de 50 países, beneficiando milhares de pessoas. No Brasil, o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR) atua com a prestação de serviços gratuitos, intervenções emergenciais, proteção, projetos de educação, integração, apoio psicossocial e pastoral e possui escritórios em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Manaus (AM) e Porto Alegre (RS).
Há diferentes formas de ajudar o SMJR Brasil: doação de dinheiro (transferência bancária ou PIX); de produtos de higiene pessoal ou itens de cesta básica; apadrinhamento de uma família migrante; participação de rodas de conversa e voluntariado. Acesse o site e saiba mais: https://sjmrbrasil.org/.